sábado, 29 de abril de 2017

O recorte sociológico dos negros no brasil: dos anos de 1950 aos dias atuais

Costa Pinto e Florestan Fernandes definem basicamente que a figura do escravo, e apenas isso, teria desaparecido com a abolição da escravatura. Para Costa, mesmo após esse episódio da história os negros padeciam na sociedade devido aos anos de martírio e exploração. Para ele a sociedade capitalista não acolhia esse ser oriundo da escravidão, apenas o torna um negro-proletário. Havia ainda outra face, a que continha a denominada “elite negra”, estabelecendo assim uma tensão entre os próprios negros. Essa elite seria a responsável pela missão conscientizadora, pois esta seria a que viveria na pele o racismo enraizado ao enfrentar de igual para a igual a elite branca, confronto de elite para elite, por vezes na mesma condição socioeconômica, mas acabava por ser a parte perdedora.  Já Fernandes que apesar de ter a mesma visão de Pinto sobre o negro ser fruto da escravidão e não gozar de preparação para viver em sociedade de maneira igualitária, se valia de certo otimismo. Para ele as possibilidades de conflito que defendia o primeiro autor seriam diluídas no processo de modernização da sociedade brasileira. O preconceito racial seria passageiro, se instauraria a democracia racial. Em uma outra frente, estava Guerreiro Ramos que dizia ser o preconceito no brasil um problema de preconceito sócio-econômico e de cor ao invés de ser um problema racial.
O que se pode observar na atualidade são problemas também observados por esses sociólogos, mas ainda na década de 1950, com pouca ou irrisórias mudanças em tempos atuais. Ao exemplo dos gráficos de estudos que demonstram majoritariamente negros sofrendo com a violência, realizando boa parte dos serviços no geral, trabalhando nos setores agropecuários, liderando os gráficos de trabalhadores sem carteira assinada, sendo os mais admitidos para serviços domésticos. Enquanto os brancos dominam os setores de comércio, a indústria de transformação, a administração pública, o funcionalismo público, maioria dos brancos tem suas carteiras assinadas e também são absurdamente os maiores empregadores em relação aos afrodescendentes. Ou seja, os negros continuam a sofrer com a diferença abissal - em relação aos brancos – gerada por centenas de anos de exploração. No entanto, não se podem negar os esforços realizados para que haja espaço para os afrodescendentes. Como por exemplo, a instituição de cotas nas universidades. Esta ação demonstra em números que houve um aumento significativo no ingresso de negros à vida acadêmica, mas ainda assim, se comparado ao número de acadêmicos no geral o número ainda é muito baixo – em torno de 16% apenas.
Conclui-se, portanto, que ainda se fazem necessárias ações afirmativas, não apenas aos negros, mas em especial à classe. Reconhecer que houve um atraso provocado e forçado de mais de 300 anos é o ponto de partida para uma mudança que caminha ainda a passos largos.                                                                                                                                                                             Referências Bibliográficas:                                                                                                                                                                                                                                                                                       Limoncic, Flávio. História e Sociologia. v. 1 / Flávio Limoncic, Mônica Grin. - Rio de Janeiro: Fundação  CICIERJ, 2013. 230 p.;19 x 26,5 cm.                                                                                                                                                                                                                                                           ISBN: 978-85-7648-548-3                                                                                                                                                                                                                                                                                            1. História. 2. Sociologia. I. Grin, Mônica. II. Título.                                            

Djalmir Souza

Djalmir Souza
Criador do Manuscrito Livre

Mais sobre

Me chamo Djalmir Souza, tenho 23 anos, moro no momento em Volta Redonda, atualmente curso Direito e História pelas universidades UGB e UNIRIO, respectivamente. Nas horas vagas, que por sinal são cada vez mais raras, também sou concurseiro de plantão. Minha história com a escrita e leitura começou ainda na infância, quando acertadamente minha amada mãe me trouxe gibis de segunda mão da Turma da Mônica. Isto despertou em mim um gosto que só me trouxe benefícios e conquistas. Sempre fui muito curioso também, e isto me levou até a História, pela qual sou completamente apaixonado, principalmente pela História do Brasil. Tentar saber o porque disso tudo e tentar entender como e porque chegamos até aqui é fantástico! Já no Direito eu cheguei por falta de habilidade com números, confesso. Mas hoje posso dizer que descobri minha verdadeira aptidão e vocação, pois lidar com as magníficas leis que regem nosso país, estudar e conhecer a bela constituição que temos, lidar com pessoas em seus diversos momentos, não tem preço. Enfim, sou completamente apaixonado por tudo que faço, afinal, é isto que me motiva a dar continuidade aos meus sonhos, que não são poucos, e levantar todas as manhãs para tentar novamente, principalmente depois das quedas. É difícil falar sobre nós mesmos, mas ainda tenho outras coisas a dizer, como gosto de escrever, me estenderia por longas linhas ainda, mas deixarei para um outro momento oportuno. Dessa forma, até logo!